sexta-feira, 9 de setembro de 2011

AMOR IMBATÍVEL AMOR


  
  O amor é a substância criadora e mantenedora do Universo, constituído por essência divina. É o tesouro que, quanto mais se divide, mais se multiplica, e se enriquece à medida que se reparte.
  Mais se agiganta, na razão que mais se doa. Fixa-se com mais poder, quanto mais se irradia. Nunca perece, porque não se entibia nem se enfraquece, desde que sua força reside no ato mesmo de doar-se, de tornar-se vida.
  Assim como o ar é indispensável para a existência orgânica, o amor é o oxigênio para a alma, sem o qual a mesma se enfraquece e perde o sentido de viver.
  É imbatível, porque triunfa sobre todas as vicissitudes e ciladas.
  Quando aparente - de caráter sensualista, que busca apenas o prazer
imediato - se debilita e se envenena, ou se entorpece, dando lugar à
frustração.
  Quando real, estruturado e maduro - que espera, estimula, renova - não se satura, é sempre novo e ideal, harmônico, sem altibaixos emocionais.
  Une as pessoas, porque reúne almas, identifica-as no prazer geral da
fraternidade, alimenta o corpo e dulcifica o eu profundo.
  O prazer legítimo decorre do amor pleno, gerador da felicidade, enquanto o comum é devorador de energias e de formação angustiante.
  O amor atravessa diferentes fases: o infantil, que tem caráter possessivo, o juvenil, que se expressa pela insegurança, o maduro, pacificador, que se entrega sem reservas e faz-se plenificador.
  Há um período em que se expressa como compensação, na fase intermediária entre a insegurança e a planificação, quando dá e recebe, procurando liberar-se da consciência de culpa.
  O estado de prazer difere daquele de plenitude, em razão de o primeiro ser fugaz, enquanto o segundo é permanente, mesmo que sob a injunção de relativas aflições e problemas-desafios que podem e devem ser vencidos.
  Somente o amor real consegue distingui-los e os pode unir quando se
apresentem esporádicos.
  A ambição, a posse, a inquietação geradora de insegurança-ciúme,
incerteza, ansiedade afetiva, cobrança de carinhos e atenções -, a
necessidade de ser amado caracterizam o estágio do amor infantil, obsessivo, dominador, que pensa exclusivamente em si antes que no ser amado.
  A confiança, suave-doce e tranqüila, a alegria natural e sem alarde, a exteriorização do bem que se pode e se deve executar, a compaixão dinâmica, a não- posse, não-dependência, não -exigência, são benesses do amor pleno, pacificador, imorredouro.
  Mesmo que se modifiquem os quadros existenciais, que se alterem as
manifestações da afetividade do ser amado, o amor permanece libertador,
confiante, indestrutível.
  Nunca se impõe, porque é espontâneo como a própria vida e irradia-se
mimetizando, contagiando de júbilos e de paz.
  Expande-se como um perfume que impregna, agradável, suavemente, porque não é agressivo nem embriagador ou apaixonado...
  O amor não se apega, não sofre a falta, mas frui sempre, porque vive no íntimo do ser e não das gratificações que o amado oferece.
  O amor deve ser ponto de partida de todas as aspirações e a etapa final de todos anelos humanos.
  O clímax do amor se encontra naquele sentimento que Jesus ofereceu à
Humanidade e prossegue doando, na sua condição de Amante não amado.

Nenhum comentário: