segunda-feira, 31 de maio de 2010

PASSANDO PELO VALE


Bem-aventurado o homem cuja força está em ti,
em cujo coração estão os caminhos aplanados.
O qual passando pelo vale de Baca, faz dele uma fonte;
a chuva também enche os tanques. Salmo 84:4,5.

Em 1995 e 1996 passei por um “vale de Baca” porque a depressão me fez prisioneira de seus braços. Não foi fácil atravessar esses dias de céu nublado. Acredito mesmo que me deixei arrastar pela correnteza da vida. Todavia, aprendi muitas lições. Hoje digo que “fiz dele uma fonte”, quer dizer, não eu propriamente, mas aquele que me dá o escape pelocaminho!Depois que tive meu último filho, meu trabalho como professora levou-me ao estresse e este por sua vez provocou um descontrole da pressão arterial. Fui internada por três vezes com a pressão bastante alta. Por fim, fui afastada de sala de aula por determinação dos médicos e isso me fez sentir-me impotente, fracassada. Ser professora era um sonho de criança e, em tão pouco tempo, eu não era mais capaz de exercer minha profissão. Em dezembro de 1996, participei da seleção de mestrado em Natal e não consegui finalizar as questões da prova porque entrei em pânico. Achando que não seria bem sucedida, abandonei a sala, colecionando mais um fracasso. A partir de então, considerava-me um nada, não tinha mais o valor que eu julgava ter. Escrevi, nesse período negro, alguns contos e romances. Escrever era uma maneira de extravasar a angústia que me tomava o peito, e que eu não sabia dizer ao certo porque ela se apoderava de mim. Entre os amigos não encontrei alguém que pudesse me ajudar, que fosse capaz de mudar a tristeza que turbava o meu ser. Dessa forma, recorri ao meu terapeuta, Ele se chama Emanuel, é um excelente profissional, como Ele nunca houve nem haverá outro jamais. Todas as noites enquanto tantos dormiam, eu tentava explicar para Ele a minha dor. Entretanto, eu não conseguia me expressar com palavras, por isso Ele traduzia o meu gemido. Antes eu achava que a depressão só aprisionava os fracos, hoje entendo que ela não respeita ninguém. Tento entender também que não somos forte por nós mesmos, nem heróis de nada. Somos uma mistura bem dosada de virtudes e defeitos e, sobretudo, temos que nos preparar dia-a-dia para enfrentar alegrias e dissabores.Tenho notícias de muitos que foram enlaçados pelo manto negro da depressão e que não conseguiram escapar, mas eu escapei, graças ao auxílio que me veio do alto. Portanto, ao meu terapeuta e Senhor que rege a minha vida, dedico toda minha gratidão!
.
Fonte: Margarete Solange Moraes. Rebeca. Mossoró, RN. Santos, 2000.

Um comentário:

nadijane disse...

Amém Senhor!
Que bom seria que todos tivessem acesso a esse blog,tenho certeza que os artigos, os testemunhos são grandes fontes de evangelização.
Eu já passei pelo mesmo,e foi o Senhor Jesus que me curou.Aleluia!!
É triste o que vc passou,porém o resultado foi espetacular.