Caminhei levada pela multidão.
Sem piedade me conduziam
Violentos e injustos homens
Com desejo cruel de apedrejar-me.
Defender-me não podia.
Implorar não resolveria.
Segui pelo vale da sombra da morte.
Não podia levantar meu rosto.
A vergonha surrava-me as faces.
O desprezo daquela gente era como facas agudas
Retalhando minha alma,
Apunhalando minha sangrenta ferida.
Se em adultério fui apanhada,
Que justo cumpridor da lei me inocentaria?
A morte era certa,
Meu corpo desfalecia
Enquanto seguia arrastada pela multidão.
Não haveria para mim perdão?
Hipócritas!
Com corações cheios de impurezas,
Declaram-me culpada.
Com traves em seus olhos,
Julgavam não haver para mim perdão.
Sepulcros caiados!
Quem pode suportar o que carregais no íntimo?
Mas o justo chamado Jesus
Seria o juiz que me daria a sentença.
Haveria no seio de um justo
Misericórdia para uma mulher adúltera?
Muitos me acusavam,
Ninguém me defendia.
Com olhos fixos no chão
E ouvidos atentos,
Esperava a qualquer momento ouvir do Mestre
A permissão para que me apedrejassem.
Mas o sereno Senhor não se abalava.
Manso, escrevia qualquer coisa
Sobre a areia.
– Quem não tiver pecado,
Principie por apedrejar essa mulher.
Sua voz era uma espada cortante!
Fiquei esperando as pedradas
Que com louca fúria seriam lançadas
Até me fazer tombar no chão.
Mas algo inesperado aconteceu!
Lentamente os meus acusadores
Se dispersaram pelo caminho,
Porque não podiam ocultar do Mestre
Os seus corações,
Pois Ele, em sua onisciência, sabia
Que entre todos que ali estavam
Nem um justo sequer havia.
Levantei os olhos e o vi.
Quantos desejariam em meu lugar contemplar,
Entre a paisagem singela,
Jesus a escrever sobre a areia.
Se aquele momento durasse a vida inteira,
Não me enfadaria de contemplar aquele rosto sereno
E sua voz singular:
– Mulher, ninguém te condenou?
Nem eu tão pouco te condeno.
Vai em paz, e não peques mais.
Naquele mesmo dia, o vento passou
Varrendo meus pecados
E os lançou no esquecimento,
Mas a voz terna do Mestre amado
Pelo mundo inteiro ainda ressoa, dizendo:
– Vai em paz e não peques mais!
Fonte: Margarete Solange Moraes. Inventor de Poesia: Versos Líricos. Mossoró, RN, Queima Bucha, 2010.
Sem piedade me conduziam
Violentos e injustos homens
Com desejo cruel de apedrejar-me.
Defender-me não podia.
Implorar não resolveria.
Segui pelo vale da sombra da morte.
Não podia levantar meu rosto.
A vergonha surrava-me as faces.
O desprezo daquela gente era como facas agudas
Retalhando minha alma,
Apunhalando minha sangrenta ferida.
Se em adultério fui apanhada,
Que justo cumpridor da lei me inocentaria?
A morte era certa,
Meu corpo desfalecia
Enquanto seguia arrastada pela multidão.
Não haveria para mim perdão?
Hipócritas!
Com corações cheios de impurezas,
Declaram-me culpada.
Com traves em seus olhos,
Julgavam não haver para mim perdão.
Sepulcros caiados!
Quem pode suportar o que carregais no íntimo?
Mas o justo chamado Jesus
Seria o juiz que me daria a sentença.
Haveria no seio de um justo
Misericórdia para uma mulher adúltera?
Muitos me acusavam,
Ninguém me defendia.
Com olhos fixos no chão
E ouvidos atentos,
Esperava a qualquer momento ouvir do Mestre
A permissão para que me apedrejassem.
Mas o sereno Senhor não se abalava.
Manso, escrevia qualquer coisa
Sobre a areia.
– Quem não tiver pecado,
Principie por apedrejar essa mulher.
Sua voz era uma espada cortante!
Fiquei esperando as pedradas
Que com louca fúria seriam lançadas
Até me fazer tombar no chão.
Mas algo inesperado aconteceu!
Lentamente os meus acusadores
Se dispersaram pelo caminho,
Porque não podiam ocultar do Mestre
Os seus corações,
Pois Ele, em sua onisciência, sabia
Que entre todos que ali estavam
Nem um justo sequer havia.
Levantei os olhos e o vi.
Quantos desejariam em meu lugar contemplar,
Entre a paisagem singela,
Jesus a escrever sobre a areia.
Se aquele momento durasse a vida inteira,
Não me enfadaria de contemplar aquele rosto sereno
E sua voz singular:
– Mulher, ninguém te condenou?
Nem eu tão pouco te condeno.
Vai em paz, e não peques mais.
Naquele mesmo dia, o vento passou
Varrendo meus pecados
E os lançou no esquecimento,
Mas a voz terna do Mestre amado
Pelo mundo inteiro ainda ressoa, dizendo:
– Vai em paz e não peques mais!
Fonte: Margarete Solange Moraes. Inventor de Poesia: Versos Líricos. Mossoró, RN, Queima Bucha, 2010.
Um comentário:
Que poesia espetacular!O Senhor Jesus é assim mesmo,ele veio para salvar os perdidos,Desde que não pequem mais.
Muito bem ilustrada em versos a história da mulher adúltera.
Parabéns mais uma vez.
Postar um comentário