sábado, 19 de junho de 2010

AS TRÊS PENEIRAS



Certo dia, alguém veio ao encontro de Sócrates para falar-lhe de um amigo. E começou dizendo: "Imagine, Sócrates, o que seu amigo fez. Preciso contar-lhe antes que você saiba pelos outros".
"Pára, disse-lhe Sócrates, "O que você quer me comunicar já passou pelo crivo das três peneiras?"
"Que três peneiras são essas e o que elas têm a ver com aquilo que quero dizer-lhe?"
Sócrates então propôs passar aquilo que o interlocutor queria contar pela primeira peneira: A Verdade.
"Vamos ver se passa pela primeira. Você averiguou se tudo o que você quer dizer corresponde à verdade? Está comprovado? É verdadeiro?"
"Não", respondeu o outro. "Eu só ouvi dizer. O pessoal disse..."
"Você só ouviu dizer?", espantou-se Sócrates. Mas agora vamos ver a segunda peneira: A Bondade", continuou o filósofo. "Aquilo que você quer me contar e que não foi comprovado ainda - ao menos é bom?"
"Bom não é. Pelo contrário. Ele fez....!"
"Então", retrucou imediatamente Sócrates, "aquilo que não é comprovado nem bom!...
"Vamos por último ver se ao menos passa pela terceira peneira: A necessidade. Será que aquilo que te preocupa é tão necessário?"
"Necessário também não é", disse o outro, "mas..."
Sócrates sorriu sabiamente e disse: "Se aquilo que você quer contar a respeito de meu amigo não é verdade, nem bom e muito menos necessário, então enterre e esqueça para que não envenene a mim e a você mesmo".

Como seria bom se todos pensassem assim. Ou agissem assim como seria diferente.

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