sexta-feira, 28 de maio de 2010

BOAS NOVAS


Em Jerusalém morre Jesus de Nazaré,
Pendurado no madeiro
Como um malfeitor qualquer.
Num cenáculo fechado,
Choram os discípulos, inconformados.
Pelas ruas uma corajosa mulher
Sozinha caminha,
Vai ao horto prantear o mestre morto.
O sol sorrindo aquece a manhã do terceiro dia.
Flores de tantas cores, olhos repletos de lágrimas não viam.
Dos pássaros jubilosos ouve-se a cantoria,
Vozes de um coro angelical.
Por um instante estanca o pranto,
Silêncio no jardim onde o morto jazia.
Apressa o passo,
Nenhum guarda por lá se via.
Aturdida, contempla a pedra removida,
O túmulo violado, o corpo roubado.
Ressurge o pranto, lamenta ressentida:
Sequer deixaram o Mestre em paz descansar.
E não se percebe até então envolvida por um imenso clarão.
Um esplendor celestial anuncia boas novas de alegria
Que Maria ainda não podia compreender.
Até que um jardineiro com dulçor
Surge ao seu lado vindo lhe socorrer.
Turbada, soluça embalada pela dor
De repente perder seu mestre novamente.
Mas Jesus num brado se denuncia
E alma da discípula salta de alegria:
Coros celestiais cantam vitória,
Nas alturas, glória: Jesus ressuscitou!
Na voz de uma simples mulher
A grande nova surgia:
– Irmãos amados, não temais, abram a porta.
É Maria pra dizer com alegria
Que o Mestre ressuscitou!


Fonte: Margarete Solange Moraes. Inventor de Poesia: Versos Líricos. Mossoró, RN, Queima Bucha, 2010.

2 comentários:

Maria Jose disse...

Maravilhosa. Lendo a gente sente a emoção que Maria Madela sentiu chorando pelo Mestre... De verdade.

Rafaela disse...

Linda! Sem comentário...
Sim, porque é tão bonita que eu não sei nem comentar.