terça-feira, 15 de junho de 2010

Não queremos falar sobre esse assunto




A morte não é companhia esperada nem desejada por ninguém, mas ela sempre vem: sonda, rodeia, ameaça, bate em retirada... Volta depois... Está sempre por perto espreitando alguém. É certo que ela não marca a data e local exato, mas às vezes, ela vem antes da hora e num local inadequado. Isso deveria ser proibido por alguma lei. De repente, ela chega sinistra com seu manto negro ou branco – sei lá – nunca a vi com meus próprios olhos, portanto, não sei dizer. Mas sei que leva prematuramente as pessoas que queremos perto de nós, pessoas que amamos tanto. É sempre prematura para nós a morte de nossos amados. Por que as pessoas que amamos um dia se vão? Não precisa responder meu devaneio, é somente é uma forma de desabafo! Sei que, assim como eu, alguém um dia sentiu essa dor, a dor da separação e da saudade. Saudade que cresce e fica espetando como milhões de espinhos cravados na carne, incomodando no peito a cada batida de nosso coração. E não queremos nem mesmo retirá-los para aliviar esse sofrer. Resta apenas ficar quietinhos e esperar se acostumar com a dor que esses milhões de espinhos trazem em cada amanhecer. Fechados em nossa tristeza, esquecemos que lá fora a vida continua toda ocupada com os seus muitos afazeres, ligeira, faceira, não pára para enxugar as lágrimas, nem para ouvir o pranto dos que choram. Contudo, faz bem chorar, para extravasar as muitas águas que se acumulam no íntimo de quem perdeu a companhia de alguém tão querido... A morte não é nada legal, porque nos separa daqueles que amamos. Por isso, é bem melhor mudar de assunto e nem falar sobre ela, ignorá-la, fingir que ela não existe quem sabe assim ela se esquece de nós e das pessoas amadas que queremos ter por perto a nossa vida inteira. Mesmo na dor, dizemos obrigado, Senhor, porque a Bíblia recomenda sempre dar graças por tudo.



Margarete Solange, obrigada Senhor, 09.06.2010




3 comentários:

nadijane disse...

Incrível como já conheço a escritora,quando comentei a poesia acima não tinha lido essa e realmente ela estava um pouco chateada.porém consciente que tudo temos de dar graças a Deus, não é Margarete?Não gosto muito de falar na morte.

Maresol disse...

Pois é Nad, não gostamos de falar desse assunto, mas a morte é bem real, por isso, temos que ter consciência dia a dia de que quando ela chegar, diante de Deus vamos prestar contas de nossos atos.

Maria Jose disse...

É verdade o que a autora diz. O artigo ficou bom. Mas, como título já diz, realmente confesso que não gosto de falar sobre esse assunto.