quarta-feira, 23 de junho de 2010

Pó e Cinza

Miserável homem que sou
Feito do barro da terra
Regado por muitas lágrimas.
Com tristeza deito e não durmo.
Os sonhos fogem de mim.
Voam alto como o condor
E não aterrissam jamais.
Pó e cinza o vento lança em minha face.
O sol fatiga-me com seu calor.
Ai de mim, miserável homem que sou!
Pobre, nu e solitário.
Como a erva que ninguém plantou,
Abandonado à própria sorte
Assim eu sou.
Como o leito seco de um rio
Que o verão castigou,
Como a folha morta
Que se vai com a ventania
Para lugar nenhum,
Assim eu vou,
Perdido,
Sem alcançar os sonhos.
Órfão como o fruto
Que ninguém plantou,
Nem cuidou,
Nem colheu jamais.

Fonte: Margarete Solange Moraes. Inventor de Poesia: Versos Líricos. Mossoró, RN, Queima Bucha, 2010.

2 comentários:

nadijane disse...

A cada dia q/ passa me surpreendo com as poesias da escritora Margarete Solange Moraes.Essa então me emocionou.Há alguns dias atrás me sentia como a escritora escreveu: "Órfão como o fruto
Que ninguém plantou,
Nem cuidou,
Nem colheu jamais".Hoje já ñ penso assim,tenho um Pai que me criou e q/ cuida de mim,esse Pai é Deus.
Belíssima poesia.

Maresol disse...

Fico feliz, Nadjane, que você tenha convicção que de que tem um Pai que cuida de você. Ele é nosso refúgio e fortaleza. Obrigada pelas gentis palavras. Desejo de todo coração que Deus em tudo lhe abençoe e proteja.